segunda-feira, 5 de outubro de 2009


não são poemas o que eu escrevo.
são casas onde os pássaros esperam.
nas suas janelas coincide o mundo.
nos seus esteios resvalam gigantes.
algumas vezes ódio.
algumas vezes amor.
não são mortalhas incondicionais do medo.
o hóspede da casa não
tem o dever de ser feliz!
não são poemas que eu escrevo.
são espelhos onde os rostos principiam.
rui costa

2 comentários:

  1. que seja cliché dizer que a poesia é espelho de alma.

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  2. os clichés são, por si só, aparentemente, usando as expressões baratas, uma ideia batida. não deixam, como bem disseste, de acarretar a verdade no seu estado mais imaculado.

    o pedras e penedos são os momentos mais sós entre mim e as minhas canetas, também eles são meu espelho de alma emocional.
    concordo com o comentário da filipa - lá no meu cantinho - que em parte eu próprio sei que as minhas fotos são tudo menos suaves, são exacerbadas e conturbadas, exasperadas e dramáticas, catalizam tudo em mim num sentimento vomitado. mas de vez em quando lá vem algumas que transparecem calmaria, oxalá seja isso a suavidade. um beijo. :)

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