domingo, 27 de dezembro de 2009


O amanhecer. O dia. A luz. A luz do dia. A luz da noite. O anoitecer. A noite. A pouca luz. A falta de luz. O silêncio. E o que permanece sempre? O vento. (O vento é aquilo que não se vê, é aquilo que se sente.)
Pedaços de ventos que atravessam silêncios, foi o nome que escolhi dar à nossa história. Uma história começa sempre pela manhã, pela luz a entrar pelas persianas, a iluminar rostos ou espaços vazios. A nossa história também assim começa. Lembras-te daquele pequeno-almoço naquele dia bonito? Foi um dia bonito. E como gostávamos de passear à beira rio, olhar o Douro de frente e depois sentarmo-nos na relva a sentir o sol a entrar dentro de nós.
Quando passeávamos por Lisboa sentíamos aquele tráfego de pessoas constante. Nós gostávamos disso, toda a gente passa por toda a gente, ninguém conhece ninguém, uma multiculturalidade que nos enche. Mas também tínhamos aqueles cantinhos, onde nos sentávamos a ler um livro com uma chávena de chocolate quente ao lado. Por isso é que sempre gostámos desta cidade, por fora enche-nos de confusão e de mil e uma pessoas desconhecidas, mas por dentro tem os cantos mais bonitos do mundo.
Lisboa e Porto, podia dizer que a nossa história foi sempre sendo feita entre estas duas cidades. Os dias, o passar dos dias, nessas cidades.
E depois,
a luz a cair, as horas a passar. É todo um tic-tac saltitante até que as mãos se unam, eu encoste a minha cabeça na tua e adormeçamos, por momentos, apenas por momentos, sonhando num fim de tarde quente.
Sempre
E tenho a certeza que quando envelhecermos, a idade não nos vai custar tanto, a noite não vai cair sobre nós e, mesmo que haja silêncio, haverá sempre o vento a recordar-nos a nossa história.

(era o meu pequeno texto de apresentação)



3 comentários:

  1. 'toda a gente passa por toda a gente' <3
    gostei muito de ler tudo.

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  2. querida ines, esses silencios, o vento, os dias, isso corre-te na alma sim! e por isso é que ficou tao bonito o pequeno texto. ja alguns dias que nao vinha cá, e ate sabe bem ficar um tempo sem vir e depois ver o que acontece quando estamos fora. quantos as fotos, já nada me espanta, adoro cada uma, cada frase..

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  3. eu gostava de te ler mais vezes, porque isto está muito bonito.

    *

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